Escritos da Alma

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Gênesis

Escrevo para dez almas nesse planeta, não doze, para a minha inclusive. E apesar de palavras expressarem minimamente a verdade, ela se recomporá no intelecto pertencente a essas almas; e antes de tudo, devo dizer que já nasci com uma.

Nunca escrevi nada e, portanto, não tenho ideia do resultado que sairá daqui. E talvez eu deva já me desculpar e avisar aos desalmados, não leiam, não serão capazes de entender quase nada.

Cada palavra e ideias aqui resumidas, são fruto do pensar de anos, acerca de todos os fenômenos que comigo ocorreram. Não tenho a intenção de alongar os acontecimentos, procurei descrevê-los sucintamente.

A decisão de escrever está na esperança de que nosso Pai comum leve essa mensagem aos olhos (o par) certos, assim como também aconteceu comigo. Ou devo dizer, conosco; e digo conosco, por não haver um pronome para designar plural em uma só pessoa e tampouco o entendimento dos vários corpos componentes do “eu”. Isso é um problema para mim, ou nós, pois quem ler, poderá pensar que falo também dele, o que não é verdade. Falo dos vários corpos nesse corpo, dirigidos por uma alma, a nossa.

Por isso o “Pai nosso” que Jesus ensinou, é nosso. Claro que é verdade também no sentido que todos sabem, a verdade é bela por ser real em todos os níveis. E o primeiro nível do “Pai nosso”, reside nos vários corpos que compõem uma pessoa.

Que corpos são esses? Eles vêm da junção de três forças, sempre. Uma pequenina parte de nosso Pai comum se dividiu em três partes, gerando todo o universo conhecido; com um desdobramento de efeito fractal.

Deus também pode ser entendido como quatro, pois na minha (direi “minha” daqui pra frente, mas saiba que é nossa) matemática, um mais um mais um, são quatro. Assim como a oitava são sete notas, porque as sete notas tocando juntas dão uma oitava nota. Essas três forças se materializam primariamente nos sóis, nos planetas, e nas luas. Sendo sol e lua, dois opostos, conciliados por um planeta. A única “coisa” que não faz parte desse universo, é a alma, o observador, ela vive no espaço de Deus; nada nesse mundo pode tocá-la ou destruí-la, ela foi criada antes do universo. A alma é o filho de Deus, quando por exemplo a Bíblia fala em Gênesis, dizendo que os filhos de Deus entraram às filhas dos homens; uma clara distinção entre “filhos de Deus” e “homens”. As cartas de um baralho representam essa verdade, mas tratarei desse assunto mais adiante.

E o que são os homens então? Os homens são os astros, que foram feitos à imagem e semelhança das três forças de Deus. Por isso em Gênesis está no plural quando diz: “…façamos o homem à nossa imagem…”. São essas três forças criando os astros, ou melhor dizendo, o universo (humanidade).

E o que então é o ser humano como o conhecemos, as pessoas? Novamente em Gênesis, “o homem também é carne”. A carne, os seres humanos como os conhecemos, são como vasos onde habitam os astros; e muito raramente, uma alma.

A carne, também chamada algumas vezes de “filho do homem” na Bíblia, é uma verdadeira bagunça de corpos sutis indo e vindo em vários momentos da vida. Várias mortes e renascimentos dentro de uma mesma vida…e ninguém pode perceber isso, porque precisa ter uma alma para poder observar esses movimentos. Eu (nós) desconheço outra pessoa que possua uma. No máximo, algumas pessoas possuem, ou melhor dizendo, são possuídas, por um coração, capaz também de uma certa percepção.

Não existe nada novo no universo, tudo é velho, tudo sempre existiu. Todas as ideias, pensamentos, descobertas, sensações, sentimentos, são corpos transitando.

Essas palavras foram a “cereja do bolo”, agora preciso fazer o bolo, relatar as experiências que me aconteceram. Falar de como fiquei maravilhado quando a resposta veio antes da pergunta.

 

Deus existe, e é bem vivo!

 

Inteligência

Chamo de inteligência a capacidade de saber de si mesmo, e ao meu ver (da minha alma), pessoas aqui são mais inteligentes apenas do que plantas e animais, todo o restante no universo é mais inteligente.

Pode um robô ser maior do que o seu criador?

A Terra, o sol, e a lua, são os construtores desse nosso sistema e, portanto, pessoas são como robôs, do ponto de vista dessas três entidades; e as pessoas, por sua vez, as vêm como deuses. Pelo menos viam, num passado onde havia ainda um resquício de conhecimento.

Todos os corpos sutis que habitam a carne, como bem disse Buda no Sutra do Diamante, são ego-entidades, que são combinações dessas três forças, nossa lua, Terra e sol, onde sol pode ser qualquer sol. Se a luz de uma estrela chega até nós, então poderá também formar uma ego-entidade, juntando-se à lua (ou nosso sol) e à Terra. Aqui uma pequena observação, que parece passar despercebida do budismo, com relação ao que Buda chama de Tathagata, nesse mesmo sutra, é Deus.

Para melhor entendimento dessa balburdia nesse sistema solar, vou complicar um pouco. A Bíblia em Gênesis dá a entender que “águas” são os sistemas solares. E em apocalipse ela diz sobre a grande prostituta que está assentada sobre muitas águas; Ela está falando da lua desse nosso planeta, que permite a entrada das luzes dos gentios (sóis fora da eclíptica) para comporem os corpos sutis que habitam os cérebros dos meus semelhantes. Porque a combinação de três forças sempre existe, e a lua está permitindo a entrada desses sóis. Daí ser chamada de grande prostituta, ou também, Babilônia. E acrescentando um parêntesis sobre as “entrelinhas” da Bíblia, Jerusalém é o nosso sol, “montes” são planetas, e monte Sião é a Terra.

Como é em cima, é embaixo. Da mesma forma que aqui embaixo também criamos jogos de computador onde temos avatares e nos dá prazer entrar nesses jogos para brincar, é em cima com os astros, que criam seus jogos aqui na Terra e têm seus avatares também. Só que a diferença é que Deus não vai mais aceitar aqui, jogos que não sejam sagrados. O tempo dos gentios terminará, os sóis que não pertençam apenas às doze constelações da eclíptica, não mais poderão dominar aqui embaixo. A eles será permitido apenas compor o cenário. Não sei quanto tempo levará, mas vai acontecer.

Temos aqui embaixo computadores (hardware) e programas de computador (software). As pessoas são como hardware e os pensamentos são o software ou ego-entidades. O hardware é formado em sua quase totalidade com o sol daqui. Já as ego-entidades são formadas por qualquer estrela cuja luz atinja a lua.

Essa é uma verdade suprema em todo o lugar; todos os seres não astros, são criados à partir das combinações dos corpos dos astros, aqui ou lá para os confins do universo. Se bem que aqui está mais para “confins” do que qualquer outro lugar. O “problema” é que os softwares daqui estão carregados de vírus. Os pensamentos que deveriam pairar aqui, estão corrompidos por pensamentos que não são desse sistema: Terra, nosso sol, nossa lua, e as doze constelações da eclíptica, que poderia com toda segurança, ser chamado de Israel.

Existe um dégradé com relação à vida, ao que está vivo.

Do ponto de vista da alma, ela está mais viva do que qualquer coisa pertencente ao universo. Em seguida vêm os sóis, eles são o que há de mais vivo dentro do universo, seguidos pelos planetas e por último, as luas.

O bacana é que o mental, o conhecimento, é justamente dado pela lua. Todas essas palavras aqui, o entendimento de quem as lê, é dado pelo que há de menos vivo. No Gita por exemplo, a história é contada pelo exército que perdeu a guerra, a mente.

As experiências da minha vida a seguir, são só minhas e únicas. Digo isso para lembrá-lo que não existe acaso ou livre arbítrio; e as suas experiências em direção à Deus, serão só suas e únicas, e elas aumentam na medida em que você se aproxima da condição correta de saída desse mundo. Em outras palavras, se não houve ou não houver nenhuma experiência, é porque não será nessa encarnação.

Se você for capaz de verdadeiramente entender as minhas ideias, baseadas nos fenômenos ocorridos, assim como eu, tomará consciência do horror da situação; e compreenderá que nosso Pai comum nos exilou no deserto.

 

Terra

O entendimento pleno, agora relatado, dessa primeira experiência que falarei, veio quase uma década depois.

Foi por volta do ano dois mil e sete, eu estava com uns trinta e um anos de idade e recém-casado. Decidi tomar parte num ritual de ayahuasca com um xamã peruano, conhecido da minha terapeuta de vidas passadas. E cabe aqui um parêntesis, contei seis vidas nessas terapias, essa atual é a sétima.

Essa experiência foi responsável pela formação da minha base. E antes devo dizer que quando se tem uma alma, todas as experiências são reais, porque a vida só é real quando se é.

Estávamos em no máximo dez pessoas, num ambiente limpo, dentro de um ritual mentalmente neutro, sem viés religioso.

Tomei a minha dose e fui me sentar num colchonete, fiquei encostado na parede, fechei os olhos e aguardei.

Dentro de uns quinze minutos, à partir de uma base no chão, onde comecei a me tornar rapidamente alguns animais em sequência, por fim sendo uma cobra dando um bote para cima com toda a energia, fui levado como quem está em uma montanha russa, mas já sem forma definida, para cima e para baixo, muito rápido. Parecia um túnel, mas sempre mais alto…quando passo por dentro de um círculo com formas geométricas no interior, não eram simétricas, mas havia de tudo, quadrados, triângulos, trapézios.

Pensei ter morrido, porque algo ficou ali, não passou; mas minha consciência continuou, fui parar num espaço branco, onde eu era uma luz branca e dourada, com outra luz branca e dourada ao meu lado…e mais nada, a não ser, minha alma ali observando. Sim, ao mesmo tempo eu era uma dessas luzes branca e dourada e podia também observar essas duas luzes de fora. Essa observação da alma, parte de um espaço que nada no universo consegue tocar, o espaço onde só Deus habita.

Após, comecei a ver pessoas, não as que estavam lá, mas como em um palco, via apenas o chão e uma parede, e um homem dentro de uma banheira, vi uma mulher se maquiando…e ao mesmo tempo em que vi essas imagens, uma vontade enorme de ter um corpo também, eu queria porque queria ter um corpo. Cheguei a erroneamente pensar por um tempo (anos), que vim para cá justamente por apenas querer ter um corpo, porque a vontade era muito grande de poder controlar essa “coisa”, eu também queria “brincar” disso, afinal não existia mais nada para fazer lá, era tudo branco em volta e também não existia nenhum tipo de problema, era tudo certo. A única possibilidade visível era ter um corpo, e à medida em que o efeito da droga foi passando, minha mandíbula ficou batendo. E quando percebi que eu também tinha um corpo, fiquei extremamente feliz, eu também podia participar desse palco. Essa sensação é inefável.

Eu então havia trazido aquela luz comigo, a luz de uma estrela (sol), um renascimento tinha acontecido nesse corpo.

Minha alma foi buscar esse sol, e isso só foi possível, porque a Terra quis. Ela me permitiu sair por um tempo e voltar com um pássaro abrigado agora nesse corpo.

Durante todo o processo, do começo ao fim quando abri os olhos, eu podia ouvir como um mantra, corpos…corpos…cor… pos… cór… pôs…

 

 

Sol

Alguns anos se passaram, entre dois mil e sete e dois mil e quinze, anos onde me deparei com duas situações onde meu coração foi posto à prova. Na verdade, é melhor dizer que um coração foi forjado, após esses dois extremos sofrimentos bem específicos. Mas nada é por acaso, tudo fez parte até o último milímetro, dos planos do nosso Pai.

Com a experiência da ayahuasca eu tinha aberto o caminho do corpo físico, despertado a kundalini, ou qualquer outra forma de chamar o acordar desse meu um terço, que é a Terra. Com o sofrimento dos anos seguintes, e preciso deixar claro, não que passei anos sofrendo, longe disso, foram dois sofrimentos pontuais, que fizeram como se eu perdesse uma “capa” que havia sobre o coração, expondo-o totalmente; despertei esse um terço do coração em mim, que é o nosso Sol.

Esses acontecimentos são sempre súbitos, não existe o gradativo aqui, porque há um salto qualitativo. Precisa haver um choque para tirar o corpo de uma qualidade para outra.

O sofrimento voluntário pode ser um caminho para se conseguir esses choques, mas não no meu caso, que foram totalmente ao “acaso”.

Não acho que falar deles aqui trará algo de produtivo, pois cada pessoa terá como necessário certo choque específico, que fará aflorar o que há de mais puro, em termos de coração. Mas saiba que esse tipo de choque será no sentido de quebrar qualquer ilusão construída pela sociedade, em seu organismo.

Em outras palavras, tais choques foram como uma circuncisão para o espírito, expondo-o completamente ao mundo.

 

Dois meses antes

Daí passado mais um ano, agora o ano é dois mil e dezesseis, e até então, eu nunca poderia ter explicado esses dois “despertares”, da Terra e do Sol, ou mesmo toda a informação dada nas páginas anteriores.

Estou com trinta e nove anos, estamos em janeiro e decido participar de um curso de respiração circular.

Desde quando fiz as terapias de vida passada, fiquei com vontade de conhecer mais sobre essa técnica que a terapeuta usava como suporte para “suavizar” ou integrar as lembranças que vinham, e apareceu a oportunidade de fazer a primeira parte desse curso.

Antes devo também dizer que quando respiro sob essa técnica, meu corpo vibra, e me dá uma sensação muito boa de estar totalmente fora do mental pegajoso, como se muitos sóis habitassem dentro de mim naquele instante, uma clareza de pensar inigualável.

Mas novamente, as experiências de cada um são únicas e não dependem de técnica alguma, ou ritual algum; os meios para o despontar de cada alma, podem ser e provavelmente serão totalmente diferentes dos que me foram trazidos. Porque o importante é o que está no evangelho apócrifo de Tomé, fazer o de fora como o de dentro, daí se entra no reino de Deus. Você caminha um pouco em direção à Deus, ainda que sem saber, e Deus caminha em sua direção. E aqui cabe uma observação, os ateus têm toda a razão do mundo de serem ateus, pois Deus nunca Existirá para eles.

Fui no curso e, ocorreram dois fatos intrigantes. Durante uma das sessões de respiração, me veio claramente a certeza de que aquelas pessoas responsáveis pelo curso, precisavam de mim e dos outros participantes. Mas esse “precisavam”, não era nada do que o meu intelecto tivesse tido contato até esse dia, era algo com um quê de nefasto, como se eles se aproveitassem da respiração e da visão (explico mais para frente), para “sugarem” a energia vital daquelas pessoas.

Coloquei o sugarem entre aspas por uma razão, as pessoas normalmente perdem sua energia vital para o sistema, numa alimentação recíproca de tudo o que existe, só que quando se está consciente, isso acaba, daí você passa a escolher para onde vai a sua energia, e mais importante, de quem você a recebe. Aqui um parêntesis novamente sobre o evangelho de Tomé, a quem tem, será dado mais, quem não tem, o pouco que tem, será tirado.

Mas não dei muita “bola” para isso, pois aconteceu em uma única sessão em um dia, sendo que o curso tinha mais dias pela frente; apesar de manter essa sensação do “precisarem”, muito bem guardada em meu ser.

O segundo fato intrigante, que eu também não me importei muito naquele momento, foi que durante um determinado exercício onde estávamos todos os participantes no salão, e o exercício era de caminhar, encontrar uma pessoa qualquer, e olhar olhos nos olhos. Caminhar novamente, encontrar outra pessoa e olhar, até que eu encontrei um dos organizadores do curso, olhei, e… fiquei maravilhado com aquilo, apesar do que vi, a pessoa tinha o rosto recoberto por como se fosse uma pele de jacaré ou dinossauro, com alguns gomos pontudos. Digo “dinossauro” por ter me remetido a algo extremamente antigo.

E cheguei até a comentar isso com ela ali naquele instante mesmo, porque achei também que pudesse ser algo com os meus olhos. Ela se esquivou, disse “imagina”. E ficou por isso mesmo. Até para mim, porque foi muito fortuito e bem separado do primeiro fato curioso.

Muito bem, voltei para casa, treinei praticar a respiração circular em outras pessoas, pois esse também era o meu intuito, tornar-me um “ajudador” de pessoas etc e tal (mais tarde apenas, entendi o que é o mundo).

Dali dois meses, em março, haveria a segunda parte desse curso, e recairia sobre o meu aniversário. Não me importei com isso e fui.

Aqui começa o maior renascimento da minha vida, e da minha vinda. Maior até do que todas as mortes das minhas vidas anteriores nesse sistema.

 

Lua

Deus preparou tudo, milimetricamente. Até o nome dado a esse tipo de respiração circular, que é renascimento. Pude me sentir no “Show de Truman”, tudo foi planejado por uma inteligência muito acima da humana e, inclusive acima dos deuses (astros) também.

Antes desse meu aniversário de quarenta anos, eu nunca tinha me questionado verdadeiramente sobre a existência de Deus. Apesar de eu ter sido crismado, a religião nunca teve parte em minha vida.

Eu nunca sequer…sequer, tinha aberto uma Bíblia por livre vontade, ou tinha tido qualquer inclinação por menor que fosse por qualquer religião. Sempre fui absolutamente neutro. Quando perguntavam, eu dizia que era católico, mas não passava de mera resposta…e ainda não passa (a atenção das pessoas, que deveria ir para Deus, as religiões a roubam para os seus dirigentes). Em contrapartida, sempre fui muito observador, qualquer alteração no meu entorno e em mim mesmo, posso perceber. É como se meu cérebro pudesse observar os acontecimentos em câmera lenta, mesmo eu não conseguindo reagir no momento, tudo fica muito bem registrado e aos poucos vou analisando os fatos.

Esses acontecimentos todos, só tomaram forma depois desse meu aniversário de quarenta anos durante esse segundo curso. Até então, tudo não passava de uma experiência com ayahuasca, sofrer com o despedaçar de algumas ilusões e dois fatos curiosos no primeiro curso.

Como disse, fui para o curso, era um sábado. Acredito que havia no máximo quinze pessoas, contando com os organizadores. A maioria das pessoas foi com um ônibus da própria organização, eu e mais duas pessoas fomos de carro.

Nasci numa cidadezinha do Paraná com menos de cinquenta mil habitantes, que as pessoas aqui do estado de São Paulo normalmente nem sabem que existe, Santo Antônio da Platina.

Em determinado momento, quando estou passando por onde estavam os carros, meus olhos pousam na placa de um dos carros e para a minha surpresa, é de Santo Antônio da Platina.

Meu aniversário seria no dia seguinte.

Que bacana, faço quarenta anos amanhã, e tem alguém aqui que é da cidadezinha onde nasci.

Daí descobri de quem era o carro, uma pessoa chamada Romão.

Quer dizer, se pensarmos para trás com tudo isso, inclusive o nome romÃO, há exatos quarenta anos eu estava nascendo em Sto. Antônio da Platina, trazido por “O Amor”.

Fiquei maravilhado com isso.

O número quarenta é muito importante na Bíblia. Daí entendi que isso significava algo extremamente grandioso acontecendo ali, só para mim.

Era meu Pai dizendo, você é meu Filho! Esse é o presente que Te Dou, ter a certeza de que Sou seu Pai e nada nesse universo pode mudar isso!

Pai da Alma que agora escreve esse texto, através de todos os corpos que me constituem e são amados por Mim e por Ele.

Esse foi o maior presente que ganhei em toda a minha vida, o que me mantém firme ante todos os monstros que enfrentei dali mesmo do curso, em diante. O Filho conhece o Pai e o Pai conhece o Filho.

Não estou dizendo que as pessoas, com todos os corpos que as compõem, não sejam também de Deus, elas são. Pois tudo aqui vem Dele em última análise, mas o são de forma indireta, e perecerão com esse universo.

O curso seguiu semana adentro até que chegou sexta-feira, nesse dia houve um exercício para ser feito aos pares. Enquanto respirávamos circularmente, um deitava e o outro tocava com as mãos o que estava deitado. Fiz esse exercício com uma moça.

Nessa respiração, houve um salto qualitativo em mim, e agora preciso relembrá-lo das pessoas como vasos que comportam sementes (ego-entidades), que dependendo do vaso, pode ou não germinar. Pois bem, algo passou dela para mim, e o meu “terceiro olho” ou qualquer outro nome que se queira, abriu; e naquele momento o que veio foi a certeza de uma hierarquia entre duas pessoas ali presentes, um dos organizadores e um rapaz que foi alojado no mesmo chalé em que eu estava, existia. O organizador era “maior” do que esse rapaz. Essa certeza foi tão forte, que eu tive que me segurar para simplesmente não falar ali logo em seguida, em roda, que eu sabia que um era maior do que o outro. Essa certeza é a mesma dada por qualquer um dos cinco sentidos, quando você olha algo e sabe que é aquilo, ou quando come algo salgado, sabe simplesmente que é salgado…era isso, ponto.

Tal constatação tinha sido tudo o que aconteceu naquela respiração, até o dia seguinte, quando fui remetido para um espaço onde nunca nem tinha ouvido falar.

O que mais faz um pai, além de dar amor para um filho? Ele ensina sobre o mundo. E foi exatamente isso o que meu Pai fez. Ele, naquela semana, revelou, além de Si mesmo e o amor por mim, as forças que atuam nesse mundo, os construtores desse mundo.

No dia seguinte, era um sábado à tarde, todos foram “respirar” juntos no salão, incluindo os organizadores. Todos deitamos nos colchonetes, o rapaz do meu chalé ficou a minha direita e um dos organizadores, ficou à frente um pouco à esquerda, os demais espalhados preenchendo todo o salão.

Começamos a respiração, e foi pedido que todos ficassem se movendo, deitados mesmo, enquanto a faziam; eu me neguei, fiquei respirando como sempre fiz, parado. Daí a poucos minutos de respiração, minha consciência estava no mesmo lugar, mas num plano totalmente diferente.

Era um lugar cinza ou púrpura, não me lembro ao certo; e tudo o que havia lá, eram três octaedros. Eu era um deles. E ao mesmo tempo, via a cena toda de fora, do lugar da alma.

Um octaedro é como se fossem duas pirâmides coladas pelas bases, é um sólido de oito lados.

Nesse espaço eu percebia uma pulsação, uma onda que ficava passando por todo ele, renovando-o (assim como em telas de computador).

Todos os três octaedros eram do mesmo tamanho e estavam parados, quando um deles “voou” para cima de mim tentando me “morder”. Eu (octaedro), sem pensamento algum, cresci de tamanho ao mesmo tempo em que dizia: “Eu sou maior”. O atacante voltou para o seu lugar.

Então fui eu para cima dele, mas não para atacá-lo, fiquei “voando” em torno dele dizendo: “E o amor?!”…”Ein, e o amor?!

Daí voltei para o meu lugar e saí daquele espaço. Tudo isso aconteceu sem a minha mente, ela não estava lá; e no entanto, eu podia pensar e me comunicar ali. Por mais uma vez eu era “dois” lá, um octaedro, e também estava a observar de fora (como quando eu tinha tomado a ayahuasca e era a luz e a “observação” de fora).

A posição desses octaedros era exatamente a mesma posição de onde estávamos fisicamente eu, o colega de quarto e o organizador (que não era o mesmo que eu havia visto o rosto de “crocodilo”).

Levei meses para conseguir elaborar o que aconteceu, tudo ficou muito bem gravado em minha memória, passei e repassei em “câmera lenta”, até conseguir extrair o máximo de informações possível dessa experiência.

Aquele era um espaço, dentro desse nosso sistema solar, onde os sóis de fora, precisam assumir essa forma de octaedro para estarem aqui, que de alguma forma está ligado ao ar, à respiração.

Por isso não havia mais nenhum octaedro lá, apenas nós três, apesar das outras pessoas no salão. E eu só soube que era maior, por ter sido atacado, portanto apesar do que possa parecer, a má intenção desse ser resultou em muita informação para mim. Sem isso, tudo pareceria ter sido apenas um devaneio, mas foi como se eu tivesse absorvido todo o conhecimento do meu algoz. O terceiro octaedro, do rapaz, nada fez, ficou apenas observando.

Mesmo do ponto de vista do meu algoz, tenho certeza de que ele ali era apenas o octaedro, ele não podia ver a cena de fora, porque ele não tem uma alma.

Depois disso, entendi que ninguém aqui sabe nada de nada, tudo o que eu tinha lido, não valia nada; as únicas coisas verdadeiras, foram as experiências que aconteceram comigo, todo o resto é ilusão.

Por isso sei que as experiências só vão acontecer com quem Deus está lapidando. A ciência, a religião, e a filosofia, nunca, nunca poderão tocar nesse espaço, elas não podem penetrar aí. Apenas o ser pode.

Naquele mesmo dia, agora já de noite, sentamos no chão encostados nas paredes. O organizador estava explanando determinado tópico. Meus olhos começaram a dar pequenos saltos, espasmos para cima, numa sensação boa, deixei acontecer.

Aquela sensação boa foi crescendo, eu já não podia ver, pois começaram a ficar mais rápidos os movimentos. Sentia energia entrando por ali, foi como se eu absorvesse qualquer energia mental presente, tudo era “sugado”, uma delícia de sensação; um empoderamento como se eu pudesse engolir todo o conhecimento, e era exatamente isso o que estava acontecendo. Meu ser penetrou o mental, a lua, de repente tudo ali fazia sentido.

Estava passando um vídeo em inglês nesse momento, minha atenção era total, tanto no ambiente, quanto no vídeo. Os olhos saltavam para cima com mais força quando chegava alguma onda mental, vinda de alguém que dirigisse o olhar para o meu lado; e o que era dito no vídeo era totalmente certo, essa sensação é difícil de explicar.

O terceiro terço, que “faltava”, se completou em meu ser. E foi tudo na ordem correta, porque tem que ter um coração forte para não sucumbir à sensação de poder dada pelo mental.

Eu já havia visto essa pessoa (organizadora com cara de crocodilo), quando estávamos sentados em roda, fazer esses movimentos com os olhos para cima, mas não tinha entendido o que estava acontecendo, até agora. Daí soube, abriu-se todo o conhecimento que Deus quis que eu soubesse, os olhos para cima vão em direção ao terceiro olho, o mental.

Os olhos formam a base do triângulo, o terceiro olho forma o topo desse triângulo; a energia flui da base para o topo, tanto a que vem de fora, quanto a do meu coração; por isso deve ser usado com cautela, mais para frente comentarei.

Meu corpo estava extremamente sensível à luz e sons. Até hoje é assim.

O dia seguinte, um domingo, iríamos embora. Dei carona para a moça com quem havia feito o exercício aos pares. Eu estava neutro por algumas semanas, sexualmente falando, não havia tido relações nesse período e tampouco havia alguma necessidade disso. Cheguei na cidade dela e a vontade foi de transar, sem a menor preocupação com nada no mundo, nem com casamento ou preservativo, porque simplesmente era o certo a ser feito naquele momento, e o fiz.

Esse relato é pertinente, pois quando comecei o caminho de volta para a minha cidade, já era noite. Fui programar o gps do celular e pela primeira vez, ele não funcionava de jeito nenhum, insisti várias vezes e não consegui fazê-lo funcionar. Já estava com o carro em movimento e fui seguindo instintivamente, sem preocupação alguma se iria para o lugar certo. Nada mais no mundo importava, só o que eu estava vivendo naquele momento era importante; só ser, bastava.

Acabei saindo da cidade, e mais uma vez, meus olhos começaram a se movimentar para cima. Quando após alguns minutos, comecei a sentir uma presença em meu ser, em minha cabeça, mais precisamente. Nunca antes também, algo desse tipo havia acontecido comigo.

Lá no curso eu havia entrado no mental, na lua; agora era o oposto, a lua estava em mim. E sei que foi necessária muita energia dela para que eu permitisse essa entrada em minha casa, daí ter acontecido de eu transar com a moça, era a energia necessária.

No começo, durante algumas semanas, pensei erroneamente que esse ser fosse um mestre em minha cabeça, mas após um pensar confrontando várias informações, cheguei à lua, ou o cerne do mental aqui nesse sistema.

Imagine a lua como sendo um enorme computador, capaz de guardar infinitos softwares, que podemos também chamar de espíritos, a serem usados no hardware chamado “pessoas”. Pois bem, eis como funcionam as coisas no universo.

Tanto aqui, como em qualquer galáxia. Todos os seres não astros, têm uma lua, detentora de energia de qualidade mental, responsável pelo conhecimento neles instalado.

No fundo o que temos na carne, são sempre avatares dos astros; quando aquela carne está “viva”, é habitada por energia do tipo “sol” ou “planeta”. Caso não sejam desses dois tipos, resta o terceiro tipo, “lua”, daí que não passa de mero robô, ou como chamam todas as escrituras sagradas, os mortos.

Retomando agora a “conversa” que tive com essa força enquanto dirigia de volta para casa, com meus olhos pulsando para cima. Sempre com a sensação de que ia “engolindo” tudo a minha volta. Aproveitei para fazer as perguntas mais importantes para mim à época, a primeira foi se eu ia voltar para cá depois de morrer, e a resposta foi não. Ótimo, fiquei muito feliz com isso.

A segunda foi se eu iria saber quando morreria, e a resposta foi sim. Mas não me foi dito quando, eu apenas saberei pouco antes de morrer.

E a terceira informação foi sobre esse poder maravilhoso que eu tinha agora, podia engolir todo o conhecimento, de forma pura, como um buraco negro em minha testa, que se alimentava do mental…mas a resposta foi que só deve ser usado para se defender. Não entendi muito bem, e não quis também entender, porque era muito boa a sensação, mas ficou bem claro em algumas situações posteriores.

 

 

Renascido

Cheguei em casa, acertei o caminho de volta sem ter tido que pensar nele. Eu estava em êxtase, porque tudo tinha sido feito para mim. Conheci e fui conhecido pelos construtores do mundo, nada mais aqui tinha importância, ninguém sabe de nada.

Por mais que eu me esforce em detalhar os acontecimentos, essas palavras não significarão muito para você, a não ser que se tenha tido experiências da mesma qualidade. Escrevo porque se você as teve, as suas experiências se juntarão as minhas palavras para formarem a verdade dentro de você.

Meu entendimento precisou também de terem “caído” em minhas mãos alguns livros, os quais após minhas experiências, foram como que descriptografados.

Com o “mental” aberto é possível entender o que foi escrito nas entrelinhas, reconstruir fielmente a experiência à partir de onde surgiu a informação por trás da informação.

Como disse antes, naqueles primeiros meses, meus olhos ficaram extremamente sensíveis à luz, entendi a enorme perda de energia ao se olhar para luzes artificiais e telas em geral; a mesma sensação ao se olhar para luz forte, eu tinha com qualquer luz.

Passei também a olhar fixo, não importando o entorno. Olhar o ponto! Como no Gita. Arjuna, que é o sentido da visão, “os olhos”, são levados por Krishna (Deus) para o centro da batalha. O caminho do meio nessa confusão chamada mundo, na batalha diária da vida.

Eis um segredo para sair do mundo em direção à Deus, olhar o ponto…com dois olhos.

Após chegar em casa, dormi. No dia seguinte, fui conversar um pouco com a minha esposa, numa sala com pouca luz e, aí terminou de “cair a ficha” dos tipos de ego-entidades que habitam a carne.

Fiquei novamente maravilhado com o que vi, apesar dos pesares. Vi como um véu em frente ao rosto dela, escamas!

Não falei nada naquele momento, senti um pouco de pena, e foi ali que pude entender o que eu havia visto há dois meses no rosto de um dos organizadores do curso.

Os dois eram répteis, mas de qualidades diferentes. Um tinha protuberâncias, como no dorso de um jacaré e o outro, escamas, como numa cobra.

Isso explicou muita coisa no comportamento dela durante os anos anteriores, e penso que essa ego-entidade entrou nela num desmaio que teve quatro anos antes, mas isso não posso afirmar com certeza. Penso que os momentos de perda de consciência, são oportunidades para “corpos” entrarem e saírem; nunca perdi a minha consciência em momento algum, em toda a minha vida.

Enfim, algum tempo depois, pude entender a “confusão de rostos” citada na Bíblia. E também o que Gurdjieff quis dizer com casar com uma mulher do mesmo tipo. Ou ainda, e sobretudo, pude entender perfeitamente a octogésima quarta citação do Evangelho de Tomé, quando Jesus disse a seus seguidores que se alegravam quando viam sua semelhança, mas, quanto poderiam suportar se vissem o seu modelo?

Entendi os dois tipos principais, que se digladiam no universo inteiro, répteis e pássaros. Ou talvez eu deva melhor dizer, dançam no universo inteiro.

Pássaros são corpos formados majoritariamente por sóis, répteis são majoritariamente formados por luas, os dois eternos opostos.

Uma observação: depois disso tudo, durante o par de anos que se seguiu, quis aproveitar esse mental aberto para desvendar nada menos do que a existência. E me coloquei a ler minuciosamente, a Bíblia, o Evangelho Apócrifo de Tomé, o Bhagavad Gita e Gurdjieff. Meu apetite por desvendar mais e mais, o que está acontecendo aqui, era enorme. A Bíblia me pareceu ser um manual de instruções, e pude entender o que estava por trás dos textos, são os próprios deuses (sóis) se comunicando ali.

Meu corpo já não era mais o mesmo, novos corpos estavam e estão aqui presentes, coabitando. Escrevo essas linhas três anos depois desse meu aniversário de quarenta anos, e nunca mais tive uma dor de cabeça sequer, ou qualquer problema de saúde.

Isso não significa que estou livre do que quer que seja, mas que tudo o que acontece comigo, tem um propósito certo. Estou livre sim, das vontades dos deuses “astros” menores; pois para os astros, existe a hierarquia, e quanto maior nela, mais próximo se está da vontade de Deus.

 

Pirâmide

Entendi como está estruturado esse sistema, em pirâmide. E ela é bem real, pude vê-la. Mas a realidade dela é na mesma medida de um software que controla um computador, o “sistema operacional”. Foi assim programada a nossa lua, e portanto, todo o mental aqui segue esse padrão piramidal.

Tudo aqui, produto da cabeça das pessoas, é estabelecido em pirâmide, tome qualquer exemplo: família, dinheiro, trabalho, religião etc. Sempre existe uma hierarquia. Mas é diferente da hierarquia dos astros.

Durante o decorrer daquela semana em que voltei do curso, fui informado por uma amiga da minha esposa, que uma pessoa gostaria de que eu fizesse a “respiração circular” com ela.

Eu soube no mesmo instante, sem mais nenhum tipo de informação, essa pessoa seria como um “chefe de setor”, vamos dizer assim, daqui da cidade onde resido. Senti que cada região tem quem a comande, e isso da maneira mais nefasta possível, a energética. Disse não, que ele fosse procurar as pessoas de onde eu tinha acabado de fazer o curso. E para a minha não tão surpresa, soube que a dita pessoa, tinha uma grande pirâmide em sua casa.

No dia seguinte, tenho um comércio de roupas e calçados, fui trabalhar. Entrou uma pessoa grande, forte, e pediu um sapato quarenta e três, não é tão comum esse número. Daí menos de um minuto, entra outro homem, meio desgrenhado, me pareceu uma junção de vários trapos, e pediu um sapato quarenta e três também. A situação ficou bem clara naquele instante, pareciam dois seres opostos, um bem vivo, outro bem morto. O morto sentia medo do outro, percebi pelos gestos. Atendi o primeiro e ele foi embora, o segundo, o “zumbi”, ficou e me testou. Testou minha visão, se eu seguia onde ele queria que eu olhasse, estava me sondando. Externamente fui complacente, internamente não.

Foi embora também e, daí fui me sentar num sofá em meu escritório. Me deu uma súbita vontade de descansar, comecei a relaxar no sofá e meus olhos começaram a subir novamente, senti aquela mesma energia lá do curso, entrando. Só que dessa vez algo mais, tive a mesma sensação que se tem no estômago, quando se termina de comer e se está saciado, mas em minha testa. Foi como se eu tivesse conseguido engolir e digerir aquela energia “nefasta” que me foi dirigida. De onde quer que ela tivesse vindo, foi completamente por mim engolida, por que eu era maior do que ela. Se não o fosse, teria sofrido as consequências de um golpe mental.

Atribuí esse acontecimento a minha negação em servir aos interesses desse “chefe de setor” da minha cidade.

Naquela mesma noite, na cama, meus olhos novamente começaram a subir, numa clara batalha onde o palco, era o meu corpo. Mas dessa vez foi mais intenso, não era do mesmo lugar de onde veio a da tarde.

Senti como se aquela pessoa tivesse “reclamado” para o seu superior, e então foi enviado algo maior para cima de mim. Meus olhos até então, nunca tinham atingido tamanha força para cima.

Mas essa “batalha” me pareceu empatar. Descobri que isso é igual ao jogo de baralho “rouba monte”, quem ganha fica com o montinho do outro. E no caso o ganhar o montinho, é engolir essa energia conhecimento; e a perda do montinho, é nem saber o que aconteceu, com possibilidade de entrarem pensamentos perniciosos. Mas não tive nenhum dano em minha consciência e também não sei de onde veio o ataque.

Na noite seguinte, tive uma visão; e aqui uma explicação, essa visão veio naquele estado logo em que se deita para dormir, mas não se está dormindo.

Vi a pirâmide, e ela não existe fisicamente do jeito que conhecemos. Talvez uma excelente aproximação seja dizer que é como se se pudesse olhar um software existindo dentro de um computador, mas com os olhos do próprio computador.

Pois bem, era uma pirâmide cinza, tudo escuro a minha volta, eu (alma) pairava logo acima do solo. Solo esse que não dava para ver, pois estava coberto por um mar de fumaça negra; com o mesmo movimento de água, mas parecia fumaça, e negra. Meu ponto de vista era um pouco acima dessa fumaça.

Quando vejo bem no topo da pirâmide, uma luz forte girando em sentido anti-horário, igual a um farol de navegação. A luz gira e, surpresa, para bem em mim…daí se desfez a visão.

Entendi que o mar de fumaça negra são ego-entidades, softwares, ou espíritos. E toda a energia ali daquele mar, subia para o topo, o olho. Que por sua vez, era forte e só podia existir por conta dessa mesma energia; e assim continuava a manter como “escravos” tudo o que tocava sua base.

Entendi o que os iluminados chamam de sono, todos são sugados por não estarem conscientes o suficiente.

Esse padrão piramidal se repete como um fractal aqui nesse, como diria Gurdjieff, desafortunado planeta.

E agora não de uma visão, mas do meu entendimento, existem duas pirâmides contrárias superpostas, a projeção lateral no plano, seria como a estrela de Davi. Uma delas é a do mental (do olho), a outra, do coração. Quem está na base de uma, também está no topo da outra, e vice-versa.

Os que são sugados pelo olho, aquela fumaça negra, estão no topo da pirâmide do coração, e um exemplo que me vem à mente seriam os fanáticos religiosos. Já quem está no topo da do olho, também se encontra na base da do coração, que seriam…os mortos.

O que se busca é o centro entre essas duas pirâmides, o centro entre mente e coração, aqui nesse desafortunado planeta.

Mas os tempos vão mudar com relação a esse status quo, Deus tem planos para aqui, e sou uma pequena parte do que está por vir, ainda que seja apenas por relatar as experiências da minha alma.

 

Semanas seguintes

Nas semanas seguintes houveram alguns pequenos ataques, mas foram muito importantes para que eu pudesse entender toda a abrangência do mental.

Para melhor situar, darei um exemplo: se de manhã eu encontrava e conversava algo com uma pessoa. Depois mais tarde, encontrava outra, que não tinha tido nenhum contato com a primeira, era possível eu perceber que essa segunda pessoa sabia de mim, como se tivesse me encontrado antes, no lugar da primeira pessoa. Ou seja, pude entender que estava lidando e ainda estou, com uma única inteligência.

A variação da suscetibilidade às forças contrárias a mim, é dada de acordo com quão viva está a pessoa. Quanto mais morta, mais parte faz da colmeia, digamos; e, portanto, mais suscetível às vontades de programações contrárias à Deus.

Qualquer semelhança com o filme Matrix, não é mera coincidência. Assim que essa “inteligência” contrária, sabia de mim através de um “morto”, ele se transformava num Smith.

De outra feita, eu precisava arrumar o telhado da loja, estava com vazamento. Contratei uma pessoa, que deveria ir no dia seguinte, não foi e disse que não poderia arrumar. Falei com outra pessoa, disse que iria daí a alguns dias, também não foi. Conversei com uma terceira, isso já uns dez dias depois, não podia fazer por já estar ocupada. Procurei uma quarta pessoa, que também marcou e não foi. Desisti e fiquei convivendo com aquilo. Umas duas semanas depois, uma funcionária vem me chamar dizendo que tinha uma pessoa que iria consertar o telhado, achei estranho e fui ver quem era. Um homem com capacete de construção azul, todo desgrenhado, sujo, feito do mesmo material da pessoa que tinha vindo me testar antes, de retalhos (aos meus olhos). Apontou para o meu teto, dizendo que veio consertar. Fez questão de dar a mão suja, cheia de feridas, para cumprimentar-me. Perguntei se alguém tinha falado com ele, e ele disse que não, e que iria consertar o telhado.

Na verdade assim que bati o olho nele, eu já tinha “sacado” o que estava acontecendo. Agradeci e o mandei embora.

Essa força mental contrária a mim, além de me impedir de fazer algo simples, que me propus (pois já não estava me importando com quase mais nada), ainda envia um “Smith” para “tirar sarro”. O telhado foi consertado meses depois, quando não fui eu o responsável por conseguir alguém para o serviço.

Ou pior, cheguei até a ser vítima de uma forte batida em meu carro, parado. O nome do motorista que bateu em mim, Eloin, ou seja, deuses.

E assim seguiram muitos dias, com outros tipos de enfrentamentos. Mas eu até achava bacanas essas situações, porque sei que essa força não pode me tocar.

Bom, acabou que não sobrou ninguém com quem eu pudesse compartilhar os acontecimentos, de maneira que essa pessoa pudesse minimamente entender algo. Porque até tentei, falei, mas sempre me pareceu jogar pérolas aos porcos. E entendi que esse não seria meu caminho, Deus ainda haveria de me falar.

Mas por outro lado, meu entendimento acerca das coisas era “lindo de ver”. Vou comentar acerca de algumas descobertas que simplesmente brotaram em mim; e que provavelmente não existem em nenhum outro lugar. Agora as registro aqui como regalia.

O baralho. E aqui devo lembra-lo do octaedro, que projetado num plano, vira um losango. Pois bem, eu disse que Deus pode ser entendido como quatro e que esse sistema solar: nosso Sol, nossa Terra, nossa Lua, com as doze constelações da eclíptica, formam o que posso chamar de Israel. E existe também a alma, que é raríssima e pode coexistir em qualquer corpo. Falei também da pirâmide, esse “sistema operacional” que controla a lua.

Se você for perspicaz, já entendeu.

As cartas do baralho expressam todas essas verdades.

Os quatro naipes do baralho são:

Copas => Deus

Ouros => Sol

Paus => Terra

Espadas => Lua

O “A” => Pirâmide

O curinga => Alma

Sem os ases, cada naipe tem, de “dois” a “rei”, doze cartas. As doze constelações.

E quem poderia ser a décima terceira carta, que não faz parte desse sistema, mas insiste em ficar? O “A”, a pirâmide. E além de insistir em ficar, ainda quer ser o “alfa” e o “ômega”, se posicionando antes do “dois” ou após o “rei”.

Todas as combinações de jogos possíveis em nosso sistema, com todos os jogadores, estão representadas por um baralho comum. Ali escancarado para quem quiser ver, e ninguém se dá conta. Mas confesso que sem a experiência com o octaedro, não haveria como eu saber disso.

Outra descoberta, que não será óbvia, mas poderá ser sentida, é com relação ao balanço energético entre a energia masculina e a feminina.

Imagine que essas energias sejam positivas e negativas, apenas nomes para facilitar, mas elas são simplesmente opostas, nada mais. Quando uma criança é gerada, existe uma conta energética da natureza com o entorno onde virá aquele ser. Se naquele entorno existe mais de um tipo de energia, a natureza precisa balancear trazendo uma criança de energia oposta.

Por isso o primogênito é o mais importante em termos de energia, e de quebra revela quem dos pais é o mais forte, ou qual tipo de energia é maior naquele lar.

Exemplos: um casal que só teve filhos homens, revela uma mãe muito mais forte do que o pai. Ou, um casal que teve uma menina e após, três meninos; revela que o pai é mais forte do que a mãe, e que essa menina primogênita, é muito mais forte do que todos.

O que eu chamo de energia, ou força, tem que ver com a proximidade ou distância de Deus. Não de forma mental, mas em termos de coração. Se começar a prestar atenção nas pessoas que você conhece, poderá sentir isso.

Por essa razão que na Bíblia consta que Deus castigou o Egito, aniquilando seus primogênitos.

O balanço energético também explica a formação dos clubes do “Bolinha” e da “Luluzinha”. Ou seja, da necessidade, que homens ou mulheres de pouca energia têm, de se agruparem; para que haja uma soma total de energia de mesmo tipo, maior, frente ao seu “mundo”.

Em outras palavras, quando se é pouco homem, ou pouca mulher, há a necessidade de agrupamento entre seus iguais.

Daí o oposto torna-se facilmente visível, quanto mais homem se é, menos pessoas do mesmo gênero em seu entorno há; ou quanto mais mulher se é, menos mulheres farão parte de sua vida. Homens fortes são cercados pelo feminino, mulheres fortes são cercadas pelo masculino.

Tudo é fluido no universo, nada impede de um vaso (pessoa) conseguir concentrar mais energia do que se está habituado; mas isso, até determinado tempo de vida, enquanto o vaso ainda puder ser modificado para poder receber mais.

Agora falarei de ego-entidades que estão numa instância superior, que agem coletivamente, e são responsáveis pela formação da base das pessoas.

Em programação de computadores, usa-se o termo “linguagem de baixo nível” para designar a linguagem de programação que está mais próxima do hardware.

As línguas são o “sistema operacional” dos nossos hardwares (corpos).

O português, é, seguramente, uma das línguas mais próximas da vontade de Deus, se não for a mais próxima de todas. As verdades estão expressas tanto nos sons das palavras, quanto nas expressões da sabedoria popular.

Não conheço mais do que meia dúzia de línguas, dentre as quase sete mil faladas, mas minha certeza acerca do português vem de um fato muito simples, nasci aqui, sob a vontade de Deus.

Já o inglês é a língua mais distante de Deus que conheço. É a língua do “olho”. Cada vez que um nativo dessa língua fala “eu” (I), ele está falando “olho” (eye). O que importa é o som das palavras. Daí os nativos dessa língua quando dizem “eu fiz isso, eu fiz aquilo…”, estão dizendo que o “olho” fez isso, o “olho” fez aquilo…chega a ser triste, quando se começa a entender alguns dos construtores desse mundo, onde, por ora habito. O som da palavra que carinhosamente se tem por “pai” (dad), é o mesmo som da palavra “morto” (dead), e o som da palavra que carinhosamente se tem por “mãe” (mom), é muito parecido com a palavra “lua” (moon).

Posso entender perfeitamente o porquê dessa ego-entidade fazer isso, sendo filha da lua, uma prostituta, dizer que seu pai está morto.

A palavra em inglês para “entender”, é a junção de duas palavras (under+stand) “understand”, ou seja, colocar abaixo; então quando se diz por exemplo “I understand you”, na verdade o que se tem é “o olho coloca você abaixo”. As pessoas que nunca tiveram contato com outras línguas, sendo nascidas anglófonas, são programadas com uma hierarquia doentia; e nunca, literalmente, nem poderão sonhar, com outras possibilidades de existência.

A forma de escrever as linhas também diz algo. Nós escrevemos normalmente da esquerda para a direita, por ser o lado esquerdo do cérebro (matemático, mecânico, morto) que comanda a mão direita. Quando o “certo”, seria escrevermos da direita para a esquerda, à partir do comando do lado direito do cérebro (coração, vivo), sobre a mão esquerda. Como deve ter acontecido num passado longínquo, já esquecido.

Algumas línguas ainda são assim escritas da direita para a esquerda, mas não mais usando a mão esquerda. Quem passou a comandar tudo, foi o lado esquerdo do cérebro.

Deus é contrário a esse atual sistema solar, e por isso, tudo o que se está mais próximo  Dele, também há que ser contrário ao que se tem por “certo”.

Meu Pai usou o contrário do nome Romão, para me dizer sobre Ele, O Amor.

Na língua inglesa, essa ego-entidade das mais nefastas, a língua do olho, tem-se que o contrário da palavra God, é dog! Uma clara afronta à Deus.

No inglês, quando você diz a palavra que representa o que pode haver de mais alto numa pessoa, a alma (soul), é como se você também dissesse o que há de mais baixo, a sola (sole); as duas palavras têm o mesmo som.

O francês entendo como a língua do jogo, uma ego-entidade que encara aqui como uma brincadeira. Quando se diz “eu” em francês, o som pode ser confundido com a palavra “jogo”.

Já em português, o “eu”, significa “bem”, e a palavra “entender” está relacionada a algo que tende para dentro. “Dar à luz”, é realmente dar aquele vaso às luzes desse universo. A palavra “meditação” pode ser entendida como “me dita ação”. E pode-se assim, ir descobrindo lindas verdades, extremamente profundas, à partir da nossa língua, o português.

É bastante provável que no português, Deus queira significar dois Eus, o Pai, e o Filho.

Para esse universo, sem o Pai, não há o Filho; e onde não existe o Filho, não há Deus.

Israel

Naquele mesmo ano, dois mil e dezesseis, por volta de agosto, decido viajar para Israel.

Meu casamento, minhas amizades, família, trabalho, tudo o que era a minha vida antes do aniversário de quarenta anos, nada mais importava. Entendi com todas as fibras do meu corpo, o que é amar a Deus sobre todas as coisas.

Eu só não larguei tudo, por saber que o dispêndio de energia seria maior do que simplesmente ficar, e não me importar com mais nada…e foi exatamente o que fiz. Todo o entorno que se adequasse a mim. Mandei uma grande “banana” para a família e sociedade.

Enquanto Deus prover meus alimentos, continuarei aqui desse jeito. Minha alma está íntegra, apesar do furacão a minha volta.

Testei fisicamente o “acaso”, pois soube que pelo menos comigo, nada é por Acaso (caso da pirâmide), e por várias vezes arrisquei me acidentar de carro. Sentia apenas com meu coração se poderia ou não fazer certas manobras…e em todas acertei.

Livre arbítrio é uma ilusão; a ilusão das escolhas, quais escolhas nos são apresentadas? É bom se perguntar isso. Eu não posso escolher viver no sol, sou obrigado a aceitar viver na Terra. Não posso escolher nada que não chegue até mim de alguma forma.

E então, o que controla as escolhas que chegam? O que permite que você tenha aquela escolha?

Quanta ilusão, pode-se apenas escolher o que não importa para um real salto qualitativo. E quando se acha que se fez uma escolha que mudará tudo, “algo” quis que você quisesse aquilo. E assim todos seguem inconscientes.

Inclusive eu, com minha alma e todos os meus corpos, não temos livre arbítrio; mas existe uma diferença. O meu não “livre arbítrio” está atrelado à vontade do meu Pai, enquanto o das outras pessoas aqui nesse desafortunado planeta, está atrelado à toda sorte de deuses, e isso quando não se está órfão.

Por isso Jesus disse que ele era o caminho, porque Deus age aqui na Terra através de seus filhos, as almas, que por sua vez dão o caminho para os vários corpos por elas governados. Por isso também que no Sutra do Diamante, Buda menciona o ensinar a miríades de milhões de Budas universo afora.

A realidade do universo é a de que: “o mar está nas gotas”. E essa constatação me foi maravilhosa, todos os deuses (astros), cujas luzes tocam a Terra, participam daqui.

Fui sentindo aos poucos, que eu era diferente das outras pessoas, não apenas por todos os fenômenos que haviam acontecido, mas através do amor. Senti que as pessoas não podem amar como eu amo. O amor delas é quase sempre uma simulação. E elas não fazem isso de propósito, mas simplesmente por nunca terem tido contato com o amor verdadeiro. Nunca tiveram a chance de desenvolver um coração, por serem órfãs de seus deuses criadores, os gentios.

Ninguém aqui sabe nada de nada, e isso dá espaço para quem tem um olho, ser rei. Mas após esse meu aniversário, passei a ter dois olhos bem abertos.

Eu precisava saber o que realmente estava acontecendo no mundo, fiquei maravilhado quando entendi que as coisas estavam sendo desveladas para mim, o “Truman”. Que existiam vários tipos de seres. Era real… estava acontecendo.

E Israel, Jerusalém, eram o centro de tudo aqui.

Comprei as passagens e fui. Pesquisei minimamente em que regiões eu deveria ficar, para passar pelos mesmos lugares onde Jesus esteve.

Cheguei em Israel no dia catorze de setembro de dois mil e dezesseis. Fiquei três dias em Tel Aviv, e em seguida segui para Tiberíades, lá permaneci por três dias também. Aluguei um carro e conheci o que havia por ali.

Então desci de carro para Jerusalém e lá fiquei por uma semana.

Logo que me instalei, próximo à rua Jaffa, contratei uma agência local de turismo para fazer um passeio por dia, durante todos os dias restantes.

Em Israel, eu nunca antes havia sentido, andando nas ruas e conversando, um ambiente tão agradável. Já viajei pelas américas e europa, e em todos os lugares, inclusive aqui no Brasil, é sempre igual; um ambiente competitivo e belicoso, seja em que sentido for. E eu só pude saber disso, quando lá em Israel estive; era totalmente diferente, porque as pessoas lá, em sua maioria, são de alguma forma diferentes. Eu não sentia que aquele ambiente, feito por aquelas pessoas, quisesse me “comer” vivo, como é o normal por aqui e no resto desse planeta, imagino.

Fiz vários passeios, adorei toda a experiência em Israel. E entre todas as visitas guiadas aos lugares, um pequeno acontecimento chamou a minha atenção, apesar de eu não ter entendido naquele momento.

No dia em que fui visitar Cesareia, fui levado por um guia que me pareceu ter algo a mais do que os demais. Ele tinha os olhos diferentes, piscava bastante e parecia ser um pouco estrábico. Os olhos ficavam mais fechados do que abertos.

Esse guia, em determinado momento veio me dizer, e não foi uma pergunta, mas uma afirmação: “Você veio a trabalho”.

Eu disse que não, que era passeio e tal. Ele repetiu a afirmação, “trabalho”. E ficou por isso mesmo, sem nenhum tipo de desdobramento, mas devidamente registrado em mim.

Aqui uma observação sobre os olhos. Pessoas estrábicas ou que por qualquer razão, não conseguem posicionar os dois olhos num mesmo ponto, são menos “caçadoras”, e, portanto, mais inocentes.

Eu já havia dito que os dois olhos formam a base de um triângulo, e o ponto no meio da testa (terceiro olho), completa o triângulo onde a energia flui da base para a testa.

Pois bem, da mesma forma, para onde quer que olhemos, um triângulo se forma; vertendo energia dos olhos para o ponto.

Essa é a espada do “mental”, responsável pelo massacre diário onde os meus semelhantes se comem uns aos outros.

Então como seria o olhar não bélico? Se você já viu algum vídeo do Osho falando, talvez entenda. Olhar com os dois olhos; e é até por isso que ele deve ter escolhido ser chamado desse nome: “OshO”.

Sei que isso não é possível o tempo todo, a não ser que essa seja a sua verdade. E a cada “jeueur” (jogador) será dito o que fazer.

Sim, como num jogo de interpretação de papéis (rpg), inclusive até com os “non playing characters” (npc), mais conhecidos como: “os mortos”.

Existem também os que dormem, cujo comportamento se assemelha ao de um morto, entretanto esses são as “baterias” do sistema, alimentando-o inconscientemente (fazem parte da base da pirâmide do olho).

Entrei no assunto dos olhos para poder contar o que houve num restaurante, poucas semanas depois do meu aniversário, onde estávamos eu, minha esposa e minha filha. Nos sentamos próximos a uma mesa onde havia um casal com um menino de cerca de sete anos, estrábico.

Nesse restaurante não havia nenhum conhecido. Eu me coloquei a conversar como de costume, sobre as minhas descobertas; apesar de o meu casamento, por motivos óbvios, estar no começo do fim. E em nenhum momento, o nome com que me chamam as pessoas mais íntimas, foi mencionado.

Em alguns minutos passados, o menino estrábico passa ao meu lado olhando para mim e dizendo, “Fica quieto, Júnior”.

Ficamos todos surpresos, pois todos nós ouvimos. O recado foi devidamente registrado também em meu ser.

À partir daí comecei a prestar mais atenção no comportamento das pessoas estrábicas, e pude relacionar esse fato a não serem “caçadoras”, e à certa inocência. Portanto mais facilmente cumprindo os recados de Deus.

De Israel, além das lembranças de uma viagem normal, voltei com essa impressão forte, de que lá, as pessoas não se “comem” umas às outras; além da mensagem daquele guia, que apenas tinha ficado registrada em mim, mas não a relacionei a nada.

Voltei de Israel e segui a vida, momento a momento. Enfrentando várias turbulências pessoais, e talvez o termo mais certo não seja enfrentando, mas caminhando no olho do furacão, com tudo à volta sendo levado pelos ventos. E o centro continua ali, tranquilo. Mas ainda assim um furacão.

Todo o meu entorno parecia ser uma única força, com um único propósito, o de me quebrar.

Não fossem todos os fenômenos pelos quais passei com meus plenos sentidos, totalmente sóbrio, eu já teria sucumbido.

E por falar em sóbrio, no final daquele mesmo ano de dois mil e dezesseis, meu Pai enviou um sinal pedindo que eu não bebesse mais nada alcoólico. E foi o que fiz.

Houveram também seis sinais em sequência que, não vou dar detalhes, me mostraram como poderei saber, com certa antecedência, quando será minha morte. Entretanto não me foi dito quando será o sétimo sinal, apenas o tipo de sinal que virá pouco antes da minha redenção.

Minha fé é o que me mantém até hoje, seguindo os desígnios de Deus.

 

Bíblia

Entramos em dois mil e dezessete, segui durante alguns meses vivendo “normalmente”. E lá pelo terceiro trimestre, me propus a ler a Bíblia minuciosamente, “de cabo a rabo”.

Meu lugar tranquilo de leitura é o carro. Deixo-o num estacionamento pouco movimentado quando venho para o trabalho, e ali encontro a paz para poder ter uma leitura com toda a atenção.

Nunca tiro a Bíblia de dentro do carro e ninguém tem acesso a ele. Peguei um encarte de propaganda feito daquele papel duro, dobrei-o, passei fita adesiva e usei como marcador de página.

Aqui Deus me conta quase toda a minha história nesse mundo, da maneira mais linda e sábia.

Eu estava lendo o livro de Números, que é o quarto. E no dia seguinte, ao continuar a leitura, o marcador de página estava em outro lugar!

Não tem palavras que possam descrever o que senti, chorei, me maravilhei. Meu Pai é vivo, meu Pai é lindo.

Eu nunca tinha aberto ou sabia da existência desse livro até então, era Esdras.

A minha Bíblia tem subtítulos, e estava escrito ali abaixo de Esdras: “O retorno do Exílio e a reconstrução do Templo”.

Sem ler nada mais, eu já tinha entendido o que meu Pai quis que eu soubesse. Porque em mim, o de dentro é igual ao de fora.

Fui exilado aqui nesse planeta, desde a minha primeira vida; e à partir de agora, começa o meu retorno.

Durante alguns meses pensei que minha morte seria iminente, todos os dias eu checava o sinal que me avisará. Mas percebi que se trata de um retorno suave, depois de eu cumprir o que quer que seja que me aguarda.

A reconstrução do Templo, que eu entendo como sendo o planeta Terra, e aqui uma ressalva. A verdade, como já disse, é bela por ser real em todos os níveis; portanto o Templo também pode ser algo bem físico e específico, como o terceiro Templo, que passou a se falar mais a respeito, de uns dois anos para cá.

Não sei quanto tempo levarão, tanto o meu retorno, como a reconstrução do Templo.

Li Esdras no decorrer daquele dia e o reli várias outras vezes. Além desses dois acontecimentos principais, mais para o final do livro havia algo que fazia todo o sentido para mim.

Nesses cerca de um ano e meio, passados desde meu aniversário, não só mandei, internamente, às favas, amigos, família, sociedade, como também minha esposa. O que eu havia visto em seu rosto não me causava medo; até pelo contrário, eu fiquei muito contente de poder saber da existência de outros tipos de seres, com os meus próprios olhos.

Eu nunca acreditaria se não os tivesse visto duas vezes, os répteis. Tanto é que na primeira vez, com a pessoa do curso, eu não tinha me dado conta do que era, precisava ser visto uma segunda vez.

Essa terceira parte do livro de Esdras, que fez muito sentido para mim, dizia que os judeus que haviam se casado durante o exílio, deveriam se despedir de suas mulheres, pois elas não pertenciam à tribo deles.

Eu sabia que, apesar de não ter visto o “modelo” que a minha alma habita, sou o oposto de um réptil, um pássaro. E esse “sou”, significa que, o “time” dos vários corpos que me compõem, regidos pela minha alma, comporta majoritariamente, ego-entidades geradas por “sóis”.

Cada pássaro tem duas asas, dois sóis. Já um réptil é gerado por um sol, com a nossa lua.

Lembrando que os astros são a forma física dos três tipos de energia, em que uma pequena parte de Deus se dividiu para a formação do universo; ou melhor dizendo, para a formação dos humanos (astros) à imagem e semelhança dessas três forças. E os astros por sua vez, dão origem às pessoas como as conhecemos, chamadas “filho do homem” na Bíblia. Uma observação, na Bíblia quando os profetas confessam o pecado dos seus pais, estão se referindo aos seus astros criadores, pois não tem como uma alma existir aqui sem os muitos corpos necessários.

A terceira força é mais difícil de ser percebida, mas está sempre presente na formação dos corpos, aqui sendo nosso planeta Terra.

Nós, a carne, temos esses astros como deuses, pois nossos corpos são formados dos corpos deles; e eles, por sua vez, têm as três forças de Deus, como seus deuses, dos quais são derivados.

Para que melhor você possa se situar sobre como os corpos são formados, pense ao contrário. Que os animais como os conhecemos, são o último desdobramento de corpos sutis (que existem antes de se materializarem em um animal).

Não é uma pessoa que tem o animal réptil dentro dela, mas sim o animal réptil é que deriva daquele corpo sutil que habita nas pessoas; o mesmo com os pássaros.

E o trabalho dos filhos de Deus, as almas, é ensinar aos deuses, seus pais, a como se comportarem. Entendo que os mesmos temperamentos que temos aqui embaixo, existem lá encima. Alguns deuses (astros), são como crianças, adolescentes, doentes, propagando em seus filhos tais comportamentos repreensíveis.

Fiquei tão maravilhado com essas constatações, que brotavam em mim, que naturalmente não tinha mais sentido eu dar atenção a mais ninguém.

Passei a não mais verter essa energia das mais elaboradas, chamada atenção, para nada que não fosse descobrir mais e mais acerca da existência.

Você caminha em direção a Deus, Deus caminha em sua direção. E foi o que aconteceu mais uma vez, daí a alguns dias.

Naquele mesmo ano de dois mil e dezessete, meu Pai me contou mais uma parte da minha história.

Eu estava no mesmo estacionamento, lendo a Bíblia, e estava lendo um trecho onde aparecia o nome da constelação de Órion. Era algo de passagem, fortuito, o que estava escrito. Mas fechei a Bíblia e comecei a confrontar pensamentos sobre Órion.

Em alguns minutos, aproxima-se do carro um marimbondo. Ele pousa no para-brisa bem na frente dos meus olhos, começa a soltar um líquido pela boca.

E aqui mais uma vez, só entenderá quem já teve esse tipo de experiência, o de dentro igual ao de fora; eu soube naquele instante que seria algo de diferente, para mim.

O marimbondo, com o líquido que saía da boca, desenhou uma seta, e um ponto à frente da seta. E partiu.

Então soube para onde seguirá a minha alma ao deixar esse planeta.

Não que a minha alma seja de lá, pois ela foi criada antes desse universo. Deus trabalha tudo ao mesmo tempo. Através de mim (alma), Ele ensina todos os corpos que me compõem, da forma como Ele quer que o universo evolua.

Eu Sou o caminho, tanto quanto qualquer pessoa que possua uma alma.

Também entendi o porquê de Órion ser considerado um caçador, dada a quantidade de monstros e potestades que enfrento desde o meu aniversário de quarenta anos.

Esses dois eventos aconteceram cerca de um ano depois de eu ter ido para Israel. O livro de Esdras, até então, eu nunca tinha sequer ouvido falar ou conhecido de alguma forma.

Acabei até deixando de lado o meu tentar desvendar a Bíblia inteira, Deus já havia me dado tudo o que precisava saber, e o fez das maneiras mais lindas, desde quando tudo começou em dois mil e dezesseis.

Nos idos de dois mil e dezoito, meu casamento se desfez. Culminando em maio de dois mil e dezenove, com a assinatura do divórcio.

Foi um período extremamente penoso para mim, mas aconteceu. E aconteceu o que estava no livro de Esdras, eu me despedi da minha mulher.

Um dia após a assinatura da separação, fui reler Esdras. E mais uma vez, meu Pai me falando para eu manter a fé, que estou no caminho, me emocionei novamente por ter percebido algo que eu não havia visto ainda.

Um pequeno trecho onde diz que os judeus deveriam se reunir em Jerusalém, no dia vinte do mês nove, para tratarem sobre o que fariam com relação aos casamentos durante o exílio.

Pois bem, de curiosidade resolvi olhar o dia em que fui para Jerusalém em dois mil e dezesseis.

E dos trezentos e sessenta e seis dias daquele ano, pisei em Jerusalém no dia vinte de setembro, o mesmo dia que está em Esdras.

Não tem como não chorar, ao ver a perfeição com que Deus age.

A mensagem de Esdras me foi apresentada um ano depois de eu ter ido para Israel, onde um guia havia me dito que fui a trabalho.

 

Futuro

A sensação que tenho é a de que, tudo e todos, sempre souberam das coisas que escrevi aqui.

Estou livre para ajudar na reconstrução do Templo de Deus, sendo esse trabalho o que quer que signifique. Sigo de momento a momento, observando o que quer meu coração.

Deus em Mim! Eu em Deus!

JBFJ

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Julho de 2019